quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Filantropia e conto do bom cristão


Não sou muito fã de filantropia, acredito que distribuição de renda, que no fundo quase toda ONG/fundação acaba sendo sobre isso, é função e obrigação dos governos.

Mas a empresa TOM SHOES, como possui lucro, não se trata de uma ONG, me chamou atenção, por ter outro foco, como Blake Mycoskie, criador da empresa, diz em suas palestras, “iniciativas de filantropia que possuem lucro são mais duradouras” o que faz todo sentido e com isso o esquema criado é o “um pra um”, onde a cada sapato vendido pela empresa eles doam um outro sapato, ou seja, o sapato vendido nas lojas já incluem o custo do sapato vendido, do sapado doado e um lucro pra empresa, sem contar os custos de transportes. Em linhas gerais, usando valores hipotéticos, se um sapato custa U$ 30, ele cobraria U$ 70 (30 para um sapato, 30 para outro e 10 de lucro) e uma mesma empresa sem fins filantrópicos venderia por U$ 40 (menos 30 do segundo sapato).

Quando conheci a ideia meu sentimento ficou dividido, trata-se de um pensamento altruísta ou apenas um Marketing para venda de sapatos Alpargatas (que são uma espécie de Bambas sem cadarços). Bom, as coisas nem sempre são pretas ou brancas, existem muitos tons entre essas duas cores, então realmente é possível que seja os dois. Blake como bom americano, é capitalista e quer ganhar dinheiro, não há nada de errado nisso, todos nós trabalhamos para ganhar dinheiro, e ele conseguiu convencer um pequeno grupo de pessoas ligadas a reconstrução de igrejas destruídas pelo furacão Katrina a ceder U$ 1 milhão para a iniciativa, capital que foi necessário para começar as operações, mas é bem claro que não foi somente uma campanha de Marketing similar a diversas empresas como Nike, Adidas e Puma fazem, que visivelmente só querem um desconto no imposto de renda e posar de boazinhas para sociedade. Já que como ele mesmo conta, a ideia veio de um visita a Argentina onde ele descobriu que havia um grupo de crianças que puderam se inscrever na escola por não terem sapatos, o que é uma vergonha para um país como Argentina.


O fato é que não podemos afirmar o que passa na cabeça de Blake Mycoskie ou de qualquer outra pessoa com ideias altruístas, mas sim que o no mínimo ele faz parte do conto do “bom cristão capitalista” e deixo que você que está lendo isso chegue a sua própria conclusão se isso é benéfico ou não ao mundo. 

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